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quarta-feira, 22 de junho de 2016

Sidão, Novo Goleiro Do Botafogo Evangélico Diz:"Eu Não Queria (Ir à Igreja Evangélica), Fugia Deles Quando Batiam Na Minha Porta"

O tempo fez de Sidão um homem melhor. Cigano do mundo da bola e antigo garoto problema, o novo camisa 1 do Botafogo tenta criar raízes no Rio e aproveitar a grande chance da carreira, já aos 33 anos.

Foi pelo Corinthians que o goleiro teve sua primeira chance entre os profissionais, em 2001. Na época, com 18 anos, deixou que as tentações do mundo dos boleiros atrapalhassem sua trajetória.

— Desperdicei a oportunidade no Corinthians porque achava que o futebol era festas, bebidas... — admite Sidão: — Hoje, entendo que o corpo é minha ferramenta de trabalho. Mas, quando se é novo, você aguenta virar a noite e treinar no outro dia. Só que chega o momento em que o rendimento começa a cair, e as chances passam.

No meio desse período conturbado, Sidão precisou lidar com a perda da mãe. Voltando de um treino no Timão, em 2003, o jogador recebeu a notícia de que dona Vera, que sentia constantes dores de cabeça, havia desmaiado em casa e estava no hospital. Ao chegar lá, foi informado de que ela estava em coma. Dias depois, veio a morte cerebral, com apenas 48 anos.

— Comecei a carregar um sentimento de culpa, cheguei a ter depressão, porque achava que eu era responsável pela morte da minha mãe, já que dava muito trabalho à família — desabafa o goleiro.

Os anos de inconsequência foram superados quando Sidão descobriu, por meio de amigos, que poderia encontrar na fé a resposta para seus questionamentos. Mas não foi fácil convencê-lo a recorrer à espiritualidade:

— Meus amigos insistiam que eu precisava ir à igreja evangélica, mas eu não queria. Fugia deles. Quando batiam na minha porta, eu via pelo olho mágico que eram eles e desligava tudo: TV, luz... Fingia que não tinha ninguém em casa. Um dia, acabei indo, e isso mudou minha vida.

Além da fé, Sidão buscou conforto na música. Por influência do irmão Alexandre, começou a escutar canções de rap e hip-hop com mensagens de inspiração.

Agora, o goleiro que redescobriu na marra o valor da família começa a construir a sua, junto com a mulher, Monike, grávida de sete meses do primeiro filho do casal, Davi. Os olhos de Sidão brilham quando o assunto é o bebê que está a caminho — mais um motivo para se dedicar ao Botafogo:

— Estou ainda mais focado em dar um futuro para o meu filho. Não vejo a hora de pegá-lo no colo e abraçá-lo. Só de pensar já fico ansioso.

Uma trajetória bem-sucedida no Alvinegro poderia representar um fim de carreira tranquilo para quem, por mais de uma década, rodou por clubes pequenos do país:

— A instabilidade te deixa desiludido com o futebol, mas fui teimoso e hoje estou aqui. Meu sonho de moleque está se realizando agora, aos 33 anos.

Contratado depois de confirmada a lesão no braço esquerdo de Jefferson, que o deixará afastado dos gramados até o fim de agosto, Sidão ainda não bateu um longo papo com o capitão. A relação dos dois até agora se limita a encontros esporádicos no vestiário, antes das sessões de academia e fisioterapia do lesionado titular do Alvinegro. Já com Helton Leite, que substituiu Jefferson por oito jogos antes da sua chegada, Sidão tem mais contato.

— No meu primeiro dia no Botafogo, deixei claro que estava aqui para somar. Falei para ele ficar em paz e continuar trabalhando. Esperei a minha chance, que apareceu — conta ele: — Sei que, quando Jefferson voltar, a prioridade é dele. Mas, até lá, vou aproveitar a oportunidade da minha vida.

Fonte:Extra

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