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terça-feira, 27 de setembro de 2016

Pastor Candidato a Prefeito Diz Ser Ex-Gay e Faz Sucesso Com o Apelido "Doido De Salvador"

Feirante, cobrador de ônibus, professor de dança folclórica, sargento da Polícia Militar e pastor evangélico. A lista se refere às atividades que um dos candidatos à prefeitura de Salvador já exerceu. Numericamente na terceira colocação das pesquisas — em empate técnico com a segunda colocada, Alice Portugal (PCdoB) —, uma figura pitoresca faz sucesso na capital baiana: o deputado estadual Pastor Sargento Isidorio (PDT), conhecido como Doido. Ele conta que o apelido, que virou até jingle de campanha (“Agora é a vez do Doido/Doido por Salvador”), veio de uma crítica feita pelo prefeito ACM Neto, à frente da disputa na campanha pela reeleição, que teria lhe chamado de maluco alguns anos atrás. Diante da situação, um de seus filhos lhe disse: “Pai, melhor ser doido do que ladrão”. Foi a deixa para incorporar o termo à campanha.

Deputado por três mandatos, o segundo mais votado da Bahia em 2014, o candidato se diz um “ex-gay”. Atribui a fase em que “esteve” gay a um episódio de abuso sexual de que foi vítima quando era criança e, depois, ao uso de álcool e drogas em excesso. E explica ter se livrado dos “vícios” — termo que usa inclusive para classificar sua orientação sexual na época — há 23 anos.

— Eu estava gay, sim. Já queimei rodinha e rosquinha, queimei tudo, mas o que interessa é que Jesus mudou a minha vida — conta o deputado, hoje pastor evangélico: — Agora eu sou pastor, mas eu era um demônio.

Apesar de se declarar ex-gay, Manoel Isidorio Santana Junior diz não ter preconceito contra homossexuais:

— Nenhum preconceito. Moro no meio de vários meninos alegres e entre meninas que gostam de botar aranha com aranha. Sem homofobia, sem violência, porque a Constituição garante direito a todo mundo.

Hoje evangélico, Isidorio conta que já foi do candomblé e incorporou cantos e danças em seus eventos de campanha. Sem atos performáticos, diz, não consegue votos na capital baiana.

— Fiz e faço teatro até hoje, senão não ganho voto. E danço batendo uma perna na outra. Quem não tem dinheiro conta história — conclui.

O jingle do candidato chama atenção: “Agora é a vez do doido, doido, doido. O maluco quer acabar com a máfia, e para acabar com a máfia, só mesmo doido. O doido quer baixar o gás, quer baixar o pão, quer muito mais. O doido é amigo-irmão e é melhor ser doido do que ladrão”.

Aos 54 anos, o deputado mora com a mulher e sete filhos numa clínica para dependentes químicos. Ele nasceu no subúrbio de Salvador e participa de um trabalho social para livrar dependentes do vício de crack e cocaína. Sua principal bandeira, conta, é livrar a política da mão dos corruptos, que chama de “tiranos”:

— Enfrento o grupo dos tiranos da política. A Bahia e o Brasil querem respirar liberdade. Tem que jogar os corruptos no xadrez e tomar o patrimônio deles.

Tão diverso quanto as profissões que já exerceu é o leque de partidos pelos quais passou: começou a vida política no PT, migrou para o PSB, passou pelo PSC e hoje está no PDT. Elogia a deputada Alice Portugal, que disputa com ele o segundo lugar na campanha — “uma mulher de luta como eu” — e faz críticas à gestão do prefeito ACM Neto.

— O sistema do Brasil hoje virou um Carandiru. Quero acabar com a máfia e a corrupção da política — diz.

O candidato a vice na chapa do pastor também é polêmico: o ex-deputado federal Luiz Bassuma, um dos autores do Estatuto do Nascituro e militante contra o aborto. Bassuma também ficou conhecido nacionalmente por incorporar um espírito no meio do plenário da Câmara, em 2004, quando presidia uma sessão em homenagem ao bicentenário do nascimento de Allan Kardec.

Fonte:Extra On Line

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