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quinta-feira, 24 de novembro de 2016

Aline Barros é Tema De Reportagem Da Revista Superinteressante "O Milionário Mundo Da Música Gospel"

Na cerimônia de entrega do Grammy Latino de 2014, dois fenômenos pop dividiam o palco. Uma delas era Anitta, a estrela pop cujo videoclipe do hit Bang já ultrapassou 200 milhões de visualizações no YouTube. A carioca, que seria uma das atrações da abertura das Olimpíadas do Rio dois anos mais tarde, tem contrato com a Warner e é convidada frequente de todo tipo de programa de TV.

Mas Anitta não estava lá para receber o prêmio. Ela foi a encarregada de entregar o troféu para Aline Barros, uma cantora gospel e ministra da Comunidade Evangélica Internacional da Zona Sul, no Rio. Foi o sexto Grammy Latino de Aline, todos na categoria de melhor álbum de música cristã em língua portuguesa. Mesmo associada a um nicho da indústria fonográfica (a música gospel), a artista evangélica é um dos maiores fenômenos do entretenimento brasileiro, com números semelhantes aos de Anitta nas redes sociais, por exemplo.

Aos 40 anos (35 no ramo), a artista da MK Music mora numa mansão no Rio de Janeiro. A coleção de Grammys está exposta em uma sala cujas janela se elevam por 10 metros até alcançar o teto de vidro. Ao lado da escada de granito, uma minipiscina serve de aquário para um cardume de carpas. A arquitetura em forma de templo busca reforçar o contato de Aline com o divino. A cantora tem décadas de atuação no ramo, e sua carreira segue em alta. Em 2010, a pastora lançou o álbum Extraordinário Amor de Deus. A obra já rendeu o disco de diamante duplo, concedido pela Associação Brasileira dos Produtores de Discos (ABPD), por suas mais de 600 mil cópias vendidas. No mesmo ano, cinco dos 20 CDs mais vendidos no Brasil foram de música evangélica.

A motivação para a carreira artística veio de casa. Antes de aprender a escrever, Aline já cantava. Quando nasceu, em 1976, seu pai, Ronaldo Barros, já fazia música religiosa. Os pais levavam a jovem nos ensaios musicais da Comunidade Evangélica da Vila da Penha. Sua primeira apresentação foi num casamento, aos 5 anos. Em 1992, ela lançou Consagração, sua primeira música de sucesso. Três anos depois, se formou em Biologia Marinha pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Mas o fascínio pela ciência não seria capaz de superar a devoção por Jesus Cristo.

Aline seguiu o caminho do gospel e lançou seis álbuns por conta própria até entrar na MK Music, em 2004. Foi nesse ano que a artista conquistou seu primeiro Grammy Latino. A partir daí reformulou o perfil de suas músicas: piano e coral, elementos fundamentais para o gospel clássico, cederam espaço à guitarra elétrica. E as letras das canções, antes ligadas ao louvor pessoal da artista, agora convocam missionários para difundir o Evangelho. Desde que fechou contrato com a gravadora, Aline Barros já gravou seis CDs, quatro DVDs, discos em parceria com outros artistas e um álbum comemorativo feito sob o selo da AB Records, marca pessoal da cantora.


No início do século 20, as comunidades negras dos Estados Unidos, sobretudo as ligadas à Igreja Batista, transformaram os cultos em verdadeiros shows de música gospel – palavra de origem inglesa que significa “palavra de Deus”, e também denomina o Evangelho nessa língua. O talento dos artistas, no entanto, ficava restrito ao público religioso. Foi preciso que cantores como Sam Cooke, um dos reis do soul americano, cruzassem a ponte entre o gospel e o pop para que a indústria fonográfica desse atenção às joias musicais das igrejas. Nos EUA, isso provocou a multiplicação de artistas evangélicos a partir das décadas de 1950 e 1960 – e no Brasil também. Mas foi com o crescimento do evangelismo neopentecostal, a partir dos anos 1980, que o estilo ficou mais solto, mais pop. Daí em diante, os cantores gospel não precisaram mais abandonar o segmento religioso para fazer sucesso. Surgiu um verdadeiro mercado gospel capaz de levar os artistas à fortuna.

Fonte:Revista Superinteressante

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